Quando o fogo encontrou a terra


Ela chegou com passos firmes e sorriso aberto, como quem carrega o vento nos cabelos e perguntas nos olhos. Ele já estava lá, silencioso, com os pés bem fincados no chão e um mundo inteiro guardado no peito.


Ela é Fogo: intensidade em forma de gente. Não sabe fingir o que sente, tem sede de tudo — do novo, do longe, do que faz o coração pulsar mais rápido. Carrega em si o desejo de descobrir, de entender o mundo, de expandir horizontes, mesmo que às vezes nem saiba onde vai parar.


Ele é Terra: a calmaria depois da tempestade. Gosta do que pode tocar, da rotina que conforta, do cheiro da pele depois do abraço, das certezas que se constroem com o tempo. E mesmo tendo os pés no chão, carrega fé nos olhos e uma doçura rara no gesto — aquela que não se diz, mas se sente quando ele te oferece o braço para dormir.


Ela é o impulso. Ele, o porto.

Ela, a pergunta. Ele, o silêncio que responde.

Ela quer entender o mundo. Ele quer entender ela.


E então, entre um toque e outro, entre um riso solto e um olhar que fica, algo aconteceu:

O fogo encontrou a terra.

E, ao contrário do que se pensa, não se apagaram.

Ela aqueceu o chão dele.

Ele deu forma ao calor dela.


Ela achou que seria mais um momento.

Mas ficou, quietinha, com o rosto encostado no peito, sentindo o ritmo de uma paz que não se explica.

E ele, dormiu sentindo seu cheiro, como quem diz com o corpo: “É aqui que eu quero estar.”


Talvez ninguém entenda. Talvez nem precise.

Algumas conexões não são para decifrar — são para sentir.

E essa, talvez, seja uma delas.

















Escrito por Cristiane Pritski, em 10/05/2025, com carinho e reflexão, para aqueles que buscam inspiração e transformação em sua própria jornada.



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